DIATONIZANDO....

Há 4 meses atrás não sabia sequer que existiam 2 tipos de gaita; a diatônica e a cromática. Para mim era uma só: “aquele instrumento portátil que produzia um som muito agradável”.
Sempre tive vontade de aprender a tocar, e saber como uma coisa tão pequena poderia fazer um som tão leve, bonito e envolvente.
As portas se abriram e finalmente estou experimentando dos segredos existentes na gaita. Aprendi que cada buraco está representado por 2 letrinhas, que é necessário assoprar e aspirar em cada um deles e além de tudo é possível aspirar de várias formas e cada um deles representa uma nota: o tal do BEND
Que delícia!! A cada aula um novo desafio a ser explorado e além de aprender sobre música, trabalha-se muito a respiração.
Até agora não consigo entender como os gaitistas conseguem ficar tanto tempo soprando e aspirando sem perder o fôlego!! Esse lance da respiração no começo parece que é fácil.... “ok! Vamos trabalhar o diafragma: aspirar = encher de ar; expirar = esvaziar. Fazendo assim é fácil, agora vai tentar tocar a escala de blues várias vezes...”
Mas o melhor de tudo é chegar depois de um dia daqueles, sentar na rede, sentir a brisa da noite e começar: assopra, aspira, pula do 4 para o 6, agora do 6 para o 5... é terapia!!
Recomendo para todos que se interessam... vale a pena tentar!
Bueno... deixo aqui meus agradecimentos para o Léo e para o André que estão me inserindo no mundo da gaita, da música, do blues... enfim, trocando informações e idéias que me acrescentam cada vez mais e que são passadas de coração aberto. Valeu dois :)
Ah! Só faltou eu me apresentar né? Meu nome é Bruna e faço aula de gaita há dois meses (apesar de estarmos na quinta aula ainda.. eheheh... eu falo que toda quinta chove e estraga tudo! Mas o que importa é que a vontade continua ali... com muita energia!) e deixo aqui a visão de uma recém-iniciada na gaita e meu incentivo para todos aqueles que desejam o mesmo!

Gibran Santos e o Sax artesanal

Post fruto da Virada Cultural 2008

Nas perambulações em busca da batida perfeita pelo centro de São Paulo, reconheci uma figura que já tinha vista em outros quarteirões da cidade. Mais precisamente, já tinha avistado Gibran Santos nas redondezas da Av. Paulista caminhando e tocando e seguindo a canção... Bom, enfim, levava seu saxofone enquanto andava e atraia olhares curiosos.

Na época eu não podia registrar, era praticamente um câmera-less e um blog-less que só observava.

Desta vez, lá estava eu com câmera e curiosidade para enfim registrar e obter a resposta para a grande pergunta: "Sim, é de PVC!"

Não foi muito tempo, nem uma entrevista assim muito extensa. Aliás, não foi extensa, levei 30 segundos pra tirar as fotos. Aliás, não foi nem uma entrevista. Aliás, enfim... O fato é que "Sim, é de PVC" e pronto tirei a foto.

Eu sempre quis um saxofone, não só o instrumento, mas aprender a tocar. E aí, aparece o Gibran tocando o seu próprio que ele mesmo fez, e tira um som, que, mesmo ele dizendo que não é lá tão afinado, tem aquele timbre do sax, tem aquela carinha de jazz, tem aquele formato e tal.

Muito gênio!
Só me restava postar isso no blog.

Aí, como sempre, revirando os fios da teia mundial pra ver se encontro alguma migalha de informação, encontro um trabalho em vídeo cujo personagem é nada mais nada menos que o Gibran do Sax artesanal.

Uhu mais alguém também viu e postou!
Pelo menos não fico achando que foi alucinação...

Mas, foram além, o blog em questão é o narua.org de Paulo Fehlauer que preparou um documentário contando a história toda.

Com vocês, Gibran:


(via narua.org)

Gibran, obrigado pela "entrevista", foi uma inspiração muito boa!

Um dia quero aprender a fazer um desse, que, pelo que vi no vídeo, já tem a evolução em massa plástica :D

Por enquanto, depois de um dia de labuta intensa, volto pra casa soprando minha harmônica, que não é de pvc, mas também é ajeitadinha :D

'Round Midnight, Thelonious Monk, Miles Davis, John Coltrane

Uma rodada de Jazz, com direito a doses duplas:

Em minhas peregrinações musicais, sempre me deparo com músicas que vão além das definições, das fronteiras entre o que é um estilo e o que é, digamos, um prazer mental ouvir...

'Round Midnight do Thelonious Monk, é um desses casos :D

Para não me perder em meio às palavras, vamos direto para uma versão de seu próprio criador:

'Round Midnight, por Thelonious Monk


A performance do Thelonious no piano é indiscutível, mas o ponto alto dessa música na minha opinião é a composição melódica que, parece que estilinga meu cérebro e me deixa entorpecido. Exagerei? Ah... é assim mesmo!

Bom, me recompondo e voltando à jornada 'round midnight...

Miles Davis & John Coltrane:


Agora, outra versão com Miles Davis Quintet, uma raridade bem filmadinha:


Mais entorpecido do que nunca, afinal, Miles Davis, parece que captou o substrato da melodia e adicionou seu tempero, concordam?

Só pra passear por outros terrenos, também encontramos uma cantora norte-americana que mostra a cara da música em voz e letra: Nnenna Freelon


Agora, como podiam esperar, 'Round Midnight também na Harmonica por Allen Holmes:


Gostaram? É ou não é uma viagemzinha ao centro da alma musical?

Agora, esperando recobrar os sentidos, já me vou....
Até a próxima!

Lançamento CD do Gaita-L 2007 para download

Enfim, o tão aguardado CD do Gaita-L.

Para quem não sabe o que é, o Gaita-L é um grupo de discussão de harmônica, que, se não me engano, é o maior e mais bem freqüentado do Brasil(perdão pelo puxa-saquismo, mas tem muitos notáveis lá).
Anualmente, cada um que tenha interesse em publicar uma faixa em que toque sua gaita, harmônica ou tábua de buraquinhos, pode enviar a faixa para a coordenação que seleciona e compila todas em um CD só.

Acho uma iniciativa não só inteligente, mas genial, e além do que muito divertida, pois a gente pode ouvir o que a galera anda tocando por ai...

Bom, chega de blá blá blá e vamos ao que interessa: O CD já está disponível para download no link abaixo:
Download CD Gaita-L

Parabéns para a equipe da produção e todo mundo que participou, ficou demais!

(via Adriano Vieira)

Jefferson Gonçalves no Bourbon Street

Ainda não recuperado do show desta quarta-feira no Bourbon....

Foi sem dúvida um dos melhores shows de gaita que já fui.
O Jefferson tem essa mania de sempre inventar alguma coisa nova, alguma mistura nova, alguma pegada diferente, alguma música incidental que ele encaixa sorrateiramente em outras melodias e por aí vai.
As incursões nos ritmos nordestinos como o maracatu são ótimas, herança do seu álbum Gréia.

A versão de All Along the Watchtower, é simplesmente impagável. Contou até com a presença de um violino. Nem ouvindo no CD é tão bom quanto ao vivo. A banda estava perfeita, aliás, perfeita não por que perfeita me lembra enfadonha, mas muito criativa e entrosada.

Não tive ainda tempo nem audácia de digerir todas as novidades do "Ar Puro", mas em breve terei uma visão mais consolidada da obra.



Estava tão bom, que parecia que não podia melhorar, mas... melhorou!

Chamando Robson Fernandes, o palco virou um circo espetacular, com duelos, duetos, mas, é claro, com a influência do Robson, se tornou mais "Blues". Ambos estão evoluindo cada vez mais e perceber isso ao vivo ao longo dos meus poucos anos de gaita, é uma enorme satisfação.
O estilo preciso de tocar lembra até outros gaitistas, como se uma tendência se formasse mas por estarmos vivenciando este próprio tempo, ainda não conseguíssemos enxergar as reais divisões.



É isso...
Ou melhor, tudo isso!

[]s e até a próxima.

Gaitas, Fotos e Comentários

O último mês mudou o jeito que eu enxergava a gaita blues. Aproveitei a boa safra de shows e festivais e nunca na vida vi tantos gaitistas diferentes em um curto espaço de tempo.

No começo do mês foi o Festival Internacional da Harmônica. Fui somente na 5a. feira mas valeu a pena.

Rick Estrin é uma figura ímpar, desde o seu estilo e topete à sua relação emocional com a gaita. Uma sonoridade típica que, segundo ele, tenta provocar sentimentos em quem ouve. Parabéns para a Igor Prado Blues Band que arrancou elogios do próprio gaitista californiano, entusiasmado com o improviso da guitarra.



Já Big Chico, bem, ele é um bluesman das antigas, tem alma blues. Não só toca aquela gaita gultural, de peso, mas também canta com um vozerão de estremecer a choperia.



Bem no começo foi a chance de conhecer Haroldo Gonçalves, um senhor (com todo respeito) da harmônica que toca com muita precisão suas levadas de chorinho, MPB e técnicas avançadas na cromática. Desculpem a péssima qualidade da foto, um dia aprendo ;)



São tantas nuances, que aquela imagem do blues americano cristalizado e padronizado já se dissolveu e agora começa a tomar formas mais complexas e, diria até, mais modernas, pois a inovação não para...

Leve 2, pague meia!

Pode ter sido coincidência ou combinação, mas, a sorte é a mesma.
Nesta quarta-feira, dia 19/03, acontece a já conhecida festa da Revista BLUES'n'JAZZ no Bourbon Street.
Mas, desta vez, a presença é mais do que festejada: Jefferson Gonçalves lança seu terceiro CD solo: Ar Puro.

Quem já conhece, sabe que é imperdível, quem não conhece, não sabe o que está perdendo.

E pra facilitar, a comemoração é dupla, mas o preço é pela metade para quem se cadastrar no site da Revista e imprimir o flyer. Mais moleza do que isso, só clicar no link: Festa da Revista Blues'n'Jazz

Dia: 19/03 (quarta-feira)
Local: Bourbon Street Music Club
Endereço: R. dos Chanés 127, Moema – São Paulo
Informações: heltonribeiro@terra.com.br ou 11-5072-2765 (Helton Ribeiro - Blues’n’Jazz)
Fone para reservas: 5095-6100 (ATENÇÃO: Estes fones são apenas para reservas de mesas, as funcionárias não estão autorizadas a informar sobre a promoção)
Horário: 21:30
Couvert artístico mediante apresentação do flyer da Blues'n'Jazz ou nome na lista: R$ 14
Couvert artístico normal: R$ 28
Consumação mínima: não há

[]s e até lá!